19/11/2007

Ecstasy



O MDMA (metilenedioxi-etamfetamina)
forma mais utilizadas de Comercialização

Mais conhecido como ecstasy, é uma droga moderna sintetizada, neurotóxica, muito popular entre os jovens, cujo efeito na fisiologia humana é o bloqueio da reabsorção da serotonina, dopamina e noradrenalina no cérebro, causando euforia, sensação de bem-estar, alterações da percepção sensorial e grande perda de líquidos. Ao contrário do que se propaga, não existe efeito afrodisíaco nesta droga.
É vendido sob a forma de comprimidos e ocasionalmente em cápsulas. Embora estudos mostrem que a neurotoxicidade do ecstasy não cause danos permanentes em doses recreativas, ainda existe a suspeita de que o consumo cause danos de forma gradual, com perigo de desenvolvimento de doenças psicóticas. Os estudos a respeito do ecstasy em humanos são pouco difundidos por questões legais.
O MDMA foi sintetizado pela Merck (1914) como redutor do apetite e nunca foi usado com essa finalidade. Em 1960 foi redescoberto, sendo indicado como elevador do estado de ânimo e complemento nas psicoterapias. O uso recreativo surgiu nos anos 70. Em 1977, foi proibido no Reino Unido e em 1985 nos Estados Unidos.
Uma curiosidade das pastilhas é o fato de serem coloridas e identificadas mediante o desenho impresso na “bala”. Dependendo da quantidade ingerida, o MDMA demora de 30 a 60 minutos para surtir efeito. Ao contrário de outros psicoactivos, o efeito do MDMA é muito rápido. A quantidade de MDMA em cada comprimido varia, em média, entre 30 e 100mg, dependendo da pureza da composição e da tolerância do consumidor.
Quando ingerido oralmente causa efeito de três a quatro horas, podendo chegar a seis. Existe um período de tempo acrescido, associado ao declínio dos efeitos primários, em que o consumidor tem a percepção da persistência dos efeitos, embora não possa considerá-los a verdadeira experiência (efeitos primários). Nesse período podem ocorrer insônias (devido ao estado de agitação), coceiras, reações musculares como espasmos involuntários, espasmos do maxilar, dor de cabeça, visão turva, manchas roxas na pele, movimentos descontrolados de vários membros principalmente braços e pernas.

Durante o período de intensidade do ecstasy podem surgir circunstâncias perigosas: náuseas, desidratação e hipertermia. Esses sintomas são frequentemente ignorados pelo consumidor devido ao estado de despreocupação e bem-estar provocados pela droga, o que pode ocasionar exaustão, convulsões e mesmo a morte. É freqüente ver os consumidores em raves e clubes de dança dotados de garrafas de água ou bebidas energéticas. Quando ingerido com bebidas alcoólicas, pode ocasionar um choque cárdio-respiratório e levar ao óbito.
Em termos de efeitos secundários, o MDMA provoca variações de humor nos dias seguintes; alguns indivíduos registram períodos depressivos enquanto outros registram aumento de auto-estima. Imediatamente à cessação dos efeitos primários, prevalece também a falta de apetite. O relato dos usuários descreve inicialmente uma sensação de tontura semelhante à embriaguez. Essa sensação é a primeira manifestação da droga. Em seguida, perde-se a sensação de peso do corpo e o sujeito sente como se estivesse flutuando. A partir daí todos ao seu redor parecem amigos (o super ser humano).
Dependendo da quantidade que foi ingerida, quando os efeitos passarem o indivíduo vai se sentir desanimado, querendo "voltar pra casa". Ao deitar, os sintomas causados pela febre vão dificultar o adormecimento, e serão horas de tremores, suor frio intenso e náuseas, acompanhados de pensamentos frenéticos e irritação causada pela alta sensibilidade dos sentidos (é o que se costuma chamar de “fritando no gelo”).Os primitivos modernos A conexão entre o moderno e o primitivo me levou a esta edição temática.
Durante anos, recusei convites e resisti à tentação de freqüentar festas rave. Não sou fã de música eletrônica, não me incluo em nenhuma das tribos que circulam nesse tipo de evento e também não costumo tomar Ecstasy, embora tenha experimentado a droga durante a incursão antropológica.
Logo na primeira vez, percebi rapidamente que ali havia alguma coisa meio tribal, não apenas por causa do ritmo sincopado e frenético, mas também pelo reconhecimento de signos que identificam e caracterizam os grupos reunidos em torno da “celebração”.
Também compreendi que alguns estilos de música eletrônica - como o Trance, por exemplo - permitem que o DJ execute a música até um ponto culminante, seguido de uma parada abruta que dura apenas um ou dois segundos, depois retorna aos poucos e cresce novamente até a apoteose. A manobra provoca um efeito explosivo, potencializado pela ingestão de substâncias químicas.
Outro fator que me levou a entender e participar do fenômeno foi o elevado número de trabalhos acadêmicos desenvolvidos recentemente sobre o tema. Uma tese de dissertação em antropologia defendida em abril de 2004, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é de autoria de Ivan Paolo de Paris Fontanari e chama-se “Rave à margem do Guaíba: música e identidade jovem na cena eletrônica de Porto Alegre”.
Portanto, a partir de ferramentas como pesquisa e observação participante, escrevi um arrazoado à guisa de estudo sobre a cultura rave em Porto Alegre. Para isso foi necessário compreender a dimensão ritual-performática do evento e os códigos que orientam as práticas culturais e estéticas dos envolvidos.


A explicação dos acadêmicos
Alguns teóricos, para explicar o fenômeno, evocam a pós-modernidade (sociedade pós-industrial marcada por um momento pós-utópico e sem projeção de futuro) e suas conseqüências, tais como o surgimento das tribos urbanas, por exemplo.A cronologia dos fatos remonta ao movimento clubber da década de 70, mas foi somente na década de 80, na Inglaterra, que esse movimento se firmou com as primeiras festas em Manchester. Depois o fenômeno se espalharia pela Alemanha, principalmente Berlim. Nos Estados Unidos a rave chegou em 1991.Toda a cena inglesa, ao final dos anos 80, era chamada de “acid house party". A terminologia não existia até então. O termo Rave (delírio) surge para reforçar a relação da música eletrônica com o esctasy e o ácido lisérgico (LSD) ajudando na busca por um estado alterado de consciência. Como ideologia, os adeptos da rave adotaram a defesa dogmática do PLUR (peace, love, unity and respect).Atualmente, existe uma denominação que caracteriza Rave de pequeno porte, conhecida como PVT; ou seja, algo como private trance, onde a maioria das pessoas que comparecem são convidados e convidados dos convidados. Esse tipo de evento é realizado em sítios, chácaras e outros lugares ao ar livre, tendo duração menor do que as raves (até 24h).
posted by Caco Belmonte at


Transcendência coletiva


A formação das tribos de clubbers e ravers tem como referencial comum um conjunto de manifestações vinculadas à musica (e-music). Essa cultura da música eletrônica faz parte de um movimento marcado pelo conceito underground (formas alternativas de informações, música não-comercial) e ligado à cibercultura. Associadas, essas culturas produzem novas formas de socialidade e difusão artística.
Para haver socialidade é preciso um ponto de encontro. É a música que faz essa conexão e gera uma interatividade entre tecnologia, comportamento, arte, informação e ciberespaço. As pessoas vivenciam uma forma comum de experimentar.Alguns eventos em que a música eletrônica está implicada buscam conexões com outras linguagens artísticas, notadamente no campo da produção imagética. É o caso dos artistas que geram imagens fractais, clips em 3D e animações em realidade virtual.A busca por um estado alterado da consciência, a partir do uso de drogas como Ecstasy e LSD, sempre caminhou paralelamente à cultura da música eletrônica, considera hedônica. Essas drogas assumem o papel de despertar um estado psicológico único de transcendência coletiva. Porém, raves e festas em clubs não dependem do uso de drogas.Experiências multisensoriais são vividas nas festas como um sinal de unidade entre o passado e o futuro. A rave é primitiva, com a reunião de tribos de gente jovem para experimentar a participação mística através de cinéticos e MDMA (Ecstasy), dança e música tribal. Também é futurística (ou moderna), com o uso de música sampleada e remixada digitalmente, efeitos de luz e laser e exposições multimídia.
posted by Caco Belmonte



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja bem vindo seus comentários sempre serão aceitos, espero que os faça sem o intuito de denegrir ou promiscuir os estudos.