19/11/2007

LSD ACIDO LISÉRGICO



LSD-Acido lisérgico


Dietilamida do Ácido Lisérgico (LSD 25)
Fonte: Cebrid
Departamento de Psicobiologia - Unifesp/EPM



LSD25 (abreviação de dietilamida do ácido lisérgico) é uma substância que lembra outras substâncias presentes em um cogumelo a Claviceps purpurea. Embora tenha estrutura química semelhante ele não é produzido (sintetizado) pelo cogumelo e, sim, é fabricado em laboratórios. Portanto, o LSD25 é uma substância sintética (fabricada em laboratório) e não uma substância natural (fabricada ou sintetizada por uma planta). Ele produz profundas alterações mentais chamadas de alucinações (alucinação é uma percepção sem objeto, por exemplo ouvir uma trombeta sem que este som exista é uma alucinação; outro exemplo, ver coisas que não existem: bichos, objetos, etc.)





Como é usado o LSD25 ?
O LSD25, também conhecido como ácido, é utilizado por via oral, ou seja, é ingerido. É um líquido que não possui odor, cor ou sabor. Em geral, o usuário introduz embaixo da língua um pequeno pedaço de papel de filtro impregnado com LSD25, no qual se verificam também vários desenhos e ilustrações. Também pode ser usado através de conta-gotas, bebidas ou selos de cartas. O LSD25 é tão potente que pequeníssimas doses, de 20 a 50 microgramas (um micrograma é um milésimo de uma miligrama), já produzem alterações mentais. Para dar idéia, um micrograma, cabe na ponta de uma agulha.





Por que usam o LSD25?


Em geral as pessoas usam alucinógenos como o LSD25, na intenção de ter visões e sensações novas e coloridas. O fato de tudo parecer colorido "tornaria", por exemplo, uma festa mais alegre e diferente. Outros usam o LSD25 porque acreditam que podem ter visões reveladoras, conhecer melhor a si e aos outros (o que não é verdade).
Quem são as pessoas que mais usam o LSD25?
Os adolescentes e jovens, principalmente de classes mais favorecidas, são os principais usuários de alucinógenos, de uma forma geral, visto serem os principais freqüentadores de festas e terem dinheiro suficiente para comprar a droga. Esporadicamente sabe-se do uso de LSD25 no Brasil e raramente a polícia apreende esta droga.



Quantas pessoas usam LSD25?
Em se tratando de uma droga ilegal, torna-se difícil especificar um número correto de usuário de LSD25. Sabe-se que no Brasil seu uso é pouco significativo. Em quatro levantamentos sobre o uso de drogas entre estudantes de 1º e 2º graus em 10 capitais brasileiras de 1987 a 1997, realizados pelo CEBRID de 1987 a 1997, o uso na vida de alucinógenos (incluindo o LSD) não representa nem 1% dos cerca de 50 mil estudantes entrevistados.
O que o LSD25 faz no corpo após uma dose (efeitos físicos agudos)?
Os efeitos físicos do LSD25 incluem pupilas dilatadas, aumento da temperatura do corpo, aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial, suores, perda de apetite, falta de sono, boca seca e tremores.



O que o LSD25 faz no corpo (efeitos físicos crônicos) após o uso continuado?



Mesmo doses muito grandes de LSD25 não chegam a intoxicar seriamente uma pessoa, do ponto de vista físico. Mas efeitos de fadiga e tensão podem ser relacionados ao uso crônico e podem durar vários dias.


O que faz com a mente após uma dose (efeitos psíquicos agudos)?Os efeitos do LSD25 são imprevisíveis. Dependem da quantidade ingerida, personalidade do usuário, humor e expectativas.
Os efeitos aparecem de 30 a 90 minutos após a ingestão e duram aproximadamente 6 horas. Durante este período o LSD25 produz fenômenos alucinatórios que envolvem um conjunto de percepções que ocorre sem a presença de um objeto. Isto significa que, mesmo sem ter um estímulo (objeto), a pessoa pode sentir, ver e ouvir. As sensações são "reais", provocando dor, prazer, medo, ansiedade e outras.


Como exemplo, se uma pessoa ouve o latido de um cão e há mesmo um cão por perto, esta pessoa está normal; mas se ela ouve o latido e não existe nenhum cão nas proximidades, esta pessoa está alucinada, tendo uma alucinação auditiva.


Do mesmo modo é possível observar um elefante na sala sem que este realmente exista, ou seja, a pessoa está tendo uma alucinaçã! o visual.
Além disso, o LSD25 provoca uma modificação na percepção de tempo, modificação da sensação de espaço, modificação de sensações do próprio corpo e despersonalização (a pessoa não sabe mais quem ou o que é). O usuário pode ter "uma viagem boa"e ver formas coloridas ou "uma viagem ruim" com crises depressivas.


Pode ocorrer também, uma mistura de informações sensoriais chamada sinestesia, provocando sensações como ouvir uma cor, ver um som, ou seja, as sensações auditivas se traduzem em imagens e as imagens se traduzem em sons.



O que faz com a mente após o uso continuado (efeitos psíquicos crônicos)?O uso de LSD25 pode levar ao aparecimento de "flashbacks". Este fenômeno ocorre algum tempo (semanas ou meses) depois do uso de LSD25. É um fato de causa desconhecida que leva a pessoa, repentinamente, a ter todos os sintomas psíquicos da experiência anterior, sem ter tomado de novo a droga.


O "flashback" pode ainda ser desencadeado por canseira, intoxicação alcóolica ou pelo uso abusivo de maconha. Sua ocorrência é extremamente perigosa durante a condução de um veículo, podendo gerar acidentes graves.


Além disso, usuários crônicos de LSD podem manifestar psicoses como esquizofrenia ou depressão profunda.


Assim, o perigo do LSD25 não está tanto na sua toxicidade para o organismo mas sim no fato de que, pela perturbação psíquica, há perda da habilidade de perceber e avaliar situações de risco. O usuário fica "fora do ar", julga-se com capacidades ou forças irreais.


Por exemplo, acha que pode voar atirando-se pela janela ou andar sobre as águas avançando mar adentro.



O uso de LSD25 pode afetar o rendimento escolar?
Via de regra, as pessoas que "se encontram" no LSD25 ou outras drogas alucinógenas, acabam por ficar à deriva do dia-a-dia, sem destino e objetivos que possam vir a enriquecer a vida pessoal.



O uso de LSD25 leva ao uso de outras drogas?
Ainda não existem estudos que estabeleçam a existência de uma escalada no uso de drogas. Assim, não pode ser afirmado que o uso do LSD25 leva ao uso de outras drogas; O contrário também é verdadeiro: não se usa o LSD25 porque usou-se antes alguma outra droga.


Isto pode até ser ocorrido mas não há uma relação de causa-efeito.



Você reconhece quando alguém usa o LSD25?
Dificilmente pode-se perceber tal fato por modificações da aparência física do usuário.


É possível notar, quando for o caso, alterações no humor e surgimento de psicoses.


Mas estes sintomas podem surgir por muitas causas e não são, portanto, especificar para o LSD25.



O LSD25 é usado como medicamento ?
O Ministério da Saúde do Brasil não reconhece uso médico do LSD25 e proíbe totalmente a produção, comércio e uso do mesmo no território nacional.


A Organização Mundial da Saúde e as Nações Unidas consideram o LSD25 como uma droga proscrita, isto é, proibida.



As pessoas que usam LSD25 ficam dependentes?
O LSD25 não leva comumente a estados de dependência visto que não produz comportamentos compulsivos para sua obtenção.


No entanto, para certas pessoas, os efeitos do LSD25 podem ser considerados como uma "experiência positiva" ou algo "místico" e estas pessoas podem se apresentar dependentes, isto é não mais conseguem viver sem a droga.



As pessoas podem parar de usar?A maioria dos usuários de LSD25 diminui ou pára o uso da droga com o tempo, por conta própria. Caso isso não ocorra, é possível procurar tratamento auxiliar.



Há tolerância ao LSD25 ?
O fenômeno de tolerância desenvolve-se ou seja, a pessoa precisa de doses cada vez maiores para sentir os mesmos efeitos. Mas, também, há rápido desaparecimento da mesma com o parar do uso.



O que acontece se uma pessoa for surpreendida usando LSD25?
No Brasil, usar ou traficar drogas é crime, e a pessoa responderá por isto. No caso do LSD25 é quase impossível surpreender alguém utilizando visto se tratar de um papel minúsculo, embebido com a droga, que será ingerido.



O que acontece se uma pessoa for surpreendida levando o LSD25 para usar junto com amigos?
A lei nº 6368, de outubro de 1976, chamada de "lei antitóxico", no seu artigo 12, classifica como traficante de droga tanto a pessoa que possui laboratórios clandestinos que sintetizam o LSD25 como aquela que simplesmente o oferece a um amigo, ainda que gratuitamente.



Existe alguma melhora na performance sexual com o uso de LSD25?
Não. O usuário de LSD25, sob o efeito da droga, tem as sensações centradas no "eu", não dando atenção a nada que não faça parte dele. Assim, caso ocorra um envolvimento sexual, o parceiro passa a ser mero suporte. O usuário não consegue estabelecer um vínculo emocional com seu parceiro.



O LSD25 pode ser usado na gravidez?Experiências em animais mostram que o LSD25 prejudica a futura prole quando ele é administrado a uma fêmea prenhe. Entretanto, não existem dados a respeito com o ser humano. Mas, pode-se dizer que o LSD25 não deve ser utilizado por uma mulher grávida porque gravidez e droga, qualquer que ela seja, não combinam de jeito nenhum. Esta é uma regra que deve ser seguida a risca; a única exceção é quando um medicamento é receitado pelo próprio médico



O LSD foi inventado por acaso, quando o químico Albert Hofmann (foto) trabalhava na síntese dos derivados do ácido lisérgico, uma substância que impede o sangramento excessivo após cirurgias como o parto.


A descoberta dos efeitos da droga verificou-se quando ele ingeriu, acidentalmente, um pouco da substância.


Logo em seguida o nobre cientista se viu obrigado a interromper o trabalho devido aos efeitos alucinógenos que começou a sentir.


Inicialmente a droga foi utilizada como recurso psicoterapêutico e para tratamento de alcoolismo ou disfunções sexuais.

Com o movimento hippie, começou a ser utilizada de forma recreativa e causou grande agitação nos Estados Unidos.

O consumo do LSD difunde-se no meio universitário norte-americano, entre músicos e nos ambientes literários.

O LSD25, também conhecido como ácido, é utilizado por via oral. Trata-se de um líquido sem cheiro, cor ou sabor.

Em geral, o usuário introduz embaixo da língua um pequeno pedaço de papel de filtro impregnado com a droga, no qual se verificam vários desenhos e ilustrações. São os desenhos que definem o nome do LSD que está sendo consumido (Asterix, Fat Freddy’s Cat, Gato Felix, Bart Simpson e assim por diante).
Também pode ser usado através de conta-gotas, bebidas ou selos de cartas.
O LSD25 é tão potente que pequenas doses, de 20 a 50 microgramas, já produzem alterações mentais.
Um micrograma cabe na ponta de uma agulha.
Em geral as pessoas usam alucinógenos como o LSD25 para ter visões e sensações novas.O fato de tudo parecer colorido “tornaria", por exemplo, uma festa mais alegre e diferente.
Outros usam porque acreditam ser capazes de obter visões reveladoras, conhecer melhor a si e aos outros (o que não é verdade).
Em se tratando de uma droga ilegal, torna-se difícil especificar um número correto de usuários. Sabe-se que no Brasil seu uso é pouco significativo, embora tenha crescido recentemente.
Os efeitos físicos do ácido incluem pupilas dilatadas, aumento da temperatura do corpo, aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial, suores, perda de apetite, falta de sono, boca seca e tremores.
Mesmo doses muito grandes não chegam a intoxicar seriamente uma pessoa, do ponto de vista físico.
Mas efeitos de fadiga e tensão podem ser relacionados ao uso crônico e podem durar vários dias.
Os efeitos aparecem de 30 a 90 minutos após a ingestão e duram aproximadamente seis horas. Durante esse tempo a droga produz fenômenos alucinatórios que envolvem um conjunto de percepções.
Isto significa que, mesmo sem ter um estímulo (objeto), a pessoa pode sentir, ver e ouvir.
As sensações são "reais", provocando dor, prazer, medo, ansiedade e outras.
O uso também pode levar ao aparecimento de "flashbacks".Esse fenômeno ocorre algum tempo (semanas ou meses) após a ingestão.
É um fato de causa desconhecida que leva a pessoa, repentinamente, a ter todos os sintomas psíquicos da experiência anterior, sem ter tomado de novo a droga. O "flashback" pode ainda ser desencadeado por cansaço, intoxicação alcoólica e uso abusivo de maconha.
O Ministério da Saúde do Brasil não reconhece uso médico do LSD25 e proíbe totalmente a produção, comércio e uso.
A Organização Mundial da Saúde e as Nações Unidas consideram o LSD como droga proscrita (proibida).
A vetusta Lei nº 6368, de outubro de 1976, chamada de "lei antitóxico", no seu artigo 12, classifica como traficante de droga tanto a pessoa que possui laboratórios clandestinos que sintetizam o LSD25 como aquela que simplesmente o oferece a um amigo, ainda que gratuitamente.Fonte: Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicasposted
by Caco Belmonte e Marcos guimarães










Ecstasy



O MDMA (metilenedioxi-etamfetamina)
forma mais utilizadas de Comercialização

Mais conhecido como ecstasy, é uma droga moderna sintetizada, neurotóxica, muito popular entre os jovens, cujo efeito na fisiologia humana é o bloqueio da reabsorção da serotonina, dopamina e noradrenalina no cérebro, causando euforia, sensação de bem-estar, alterações da percepção sensorial e grande perda de líquidos. Ao contrário do que se propaga, não existe efeito afrodisíaco nesta droga.
É vendido sob a forma de comprimidos e ocasionalmente em cápsulas. Embora estudos mostrem que a neurotoxicidade do ecstasy não cause danos permanentes em doses recreativas, ainda existe a suspeita de que o consumo cause danos de forma gradual, com perigo de desenvolvimento de doenças psicóticas. Os estudos a respeito do ecstasy em humanos são pouco difundidos por questões legais.
O MDMA foi sintetizado pela Merck (1914) como redutor do apetite e nunca foi usado com essa finalidade. Em 1960 foi redescoberto, sendo indicado como elevador do estado de ânimo e complemento nas psicoterapias. O uso recreativo surgiu nos anos 70. Em 1977, foi proibido no Reino Unido e em 1985 nos Estados Unidos.
Uma curiosidade das pastilhas é o fato de serem coloridas e identificadas mediante o desenho impresso na “bala”. Dependendo da quantidade ingerida, o MDMA demora de 30 a 60 minutos para surtir efeito. Ao contrário de outros psicoactivos, o efeito do MDMA é muito rápido. A quantidade de MDMA em cada comprimido varia, em média, entre 30 e 100mg, dependendo da pureza da composição e da tolerância do consumidor.
Quando ingerido oralmente causa efeito de três a quatro horas, podendo chegar a seis. Existe um período de tempo acrescido, associado ao declínio dos efeitos primários, em que o consumidor tem a percepção da persistência dos efeitos, embora não possa considerá-los a verdadeira experiência (efeitos primários). Nesse período podem ocorrer insônias (devido ao estado de agitação), coceiras, reações musculares como espasmos involuntários, espasmos do maxilar, dor de cabeça, visão turva, manchas roxas na pele, movimentos descontrolados de vários membros principalmente braços e pernas.

Durante o período de intensidade do ecstasy podem surgir circunstâncias perigosas: náuseas, desidratação e hipertermia. Esses sintomas são frequentemente ignorados pelo consumidor devido ao estado de despreocupação e bem-estar provocados pela droga, o que pode ocasionar exaustão, convulsões e mesmo a morte. É freqüente ver os consumidores em raves e clubes de dança dotados de garrafas de água ou bebidas energéticas. Quando ingerido com bebidas alcoólicas, pode ocasionar um choque cárdio-respiratório e levar ao óbito.
Em termos de efeitos secundários, o MDMA provoca variações de humor nos dias seguintes; alguns indivíduos registram períodos depressivos enquanto outros registram aumento de auto-estima. Imediatamente à cessação dos efeitos primários, prevalece também a falta de apetite. O relato dos usuários descreve inicialmente uma sensação de tontura semelhante à embriaguez. Essa sensação é a primeira manifestação da droga. Em seguida, perde-se a sensação de peso do corpo e o sujeito sente como se estivesse flutuando. A partir daí todos ao seu redor parecem amigos (o super ser humano).
Dependendo da quantidade que foi ingerida, quando os efeitos passarem o indivíduo vai se sentir desanimado, querendo "voltar pra casa". Ao deitar, os sintomas causados pela febre vão dificultar o adormecimento, e serão horas de tremores, suor frio intenso e náuseas, acompanhados de pensamentos frenéticos e irritação causada pela alta sensibilidade dos sentidos (é o que se costuma chamar de “fritando no gelo”).Os primitivos modernos A conexão entre o moderno e o primitivo me levou a esta edição temática.
Durante anos, recusei convites e resisti à tentação de freqüentar festas rave. Não sou fã de música eletrônica, não me incluo em nenhuma das tribos que circulam nesse tipo de evento e também não costumo tomar Ecstasy, embora tenha experimentado a droga durante a incursão antropológica.
Logo na primeira vez, percebi rapidamente que ali havia alguma coisa meio tribal, não apenas por causa do ritmo sincopado e frenético, mas também pelo reconhecimento de signos que identificam e caracterizam os grupos reunidos em torno da “celebração”.
Também compreendi que alguns estilos de música eletrônica - como o Trance, por exemplo - permitem que o DJ execute a música até um ponto culminante, seguido de uma parada abruta que dura apenas um ou dois segundos, depois retorna aos poucos e cresce novamente até a apoteose. A manobra provoca um efeito explosivo, potencializado pela ingestão de substâncias químicas.
Outro fator que me levou a entender e participar do fenômeno foi o elevado número de trabalhos acadêmicos desenvolvidos recentemente sobre o tema. Uma tese de dissertação em antropologia defendida em abril de 2004, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é de autoria de Ivan Paolo de Paris Fontanari e chama-se “Rave à margem do Guaíba: música e identidade jovem na cena eletrônica de Porto Alegre”.
Portanto, a partir de ferramentas como pesquisa e observação participante, escrevi um arrazoado à guisa de estudo sobre a cultura rave em Porto Alegre. Para isso foi necessário compreender a dimensão ritual-performática do evento e os códigos que orientam as práticas culturais e estéticas dos envolvidos.


A explicação dos acadêmicos
Alguns teóricos, para explicar o fenômeno, evocam a pós-modernidade (sociedade pós-industrial marcada por um momento pós-utópico e sem projeção de futuro) e suas conseqüências, tais como o surgimento das tribos urbanas, por exemplo.A cronologia dos fatos remonta ao movimento clubber da década de 70, mas foi somente na década de 80, na Inglaterra, que esse movimento se firmou com as primeiras festas em Manchester. Depois o fenômeno se espalharia pela Alemanha, principalmente Berlim. Nos Estados Unidos a rave chegou em 1991.Toda a cena inglesa, ao final dos anos 80, era chamada de “acid house party". A terminologia não existia até então. O termo Rave (delírio) surge para reforçar a relação da música eletrônica com o esctasy e o ácido lisérgico (LSD) ajudando na busca por um estado alterado de consciência. Como ideologia, os adeptos da rave adotaram a defesa dogmática do PLUR (peace, love, unity and respect).Atualmente, existe uma denominação que caracteriza Rave de pequeno porte, conhecida como PVT; ou seja, algo como private trance, onde a maioria das pessoas que comparecem são convidados e convidados dos convidados. Esse tipo de evento é realizado em sítios, chácaras e outros lugares ao ar livre, tendo duração menor do que as raves (até 24h).
posted by Caco Belmonte at


Transcendência coletiva


A formação das tribos de clubbers e ravers tem como referencial comum um conjunto de manifestações vinculadas à musica (e-music). Essa cultura da música eletrônica faz parte de um movimento marcado pelo conceito underground (formas alternativas de informações, música não-comercial) e ligado à cibercultura. Associadas, essas culturas produzem novas formas de socialidade e difusão artística.
Para haver socialidade é preciso um ponto de encontro. É a música que faz essa conexão e gera uma interatividade entre tecnologia, comportamento, arte, informação e ciberespaço. As pessoas vivenciam uma forma comum de experimentar.Alguns eventos em que a música eletrônica está implicada buscam conexões com outras linguagens artísticas, notadamente no campo da produção imagética. É o caso dos artistas que geram imagens fractais, clips em 3D e animações em realidade virtual.A busca por um estado alterado da consciência, a partir do uso de drogas como Ecstasy e LSD, sempre caminhou paralelamente à cultura da música eletrônica, considera hedônica. Essas drogas assumem o papel de despertar um estado psicológico único de transcendência coletiva. Porém, raves e festas em clubs não dependem do uso de drogas.Experiências multisensoriais são vividas nas festas como um sinal de unidade entre o passado e o futuro. A rave é primitiva, com a reunião de tribos de gente jovem para experimentar a participação mística através de cinéticos e MDMA (Ecstasy), dança e música tribal. Também é futurística (ou moderna), com o uso de música sampleada e remixada digitalmente, efeitos de luz e laser e exposições multimídia.
posted by Caco Belmonte