CIENCIA DA MACONHA
´´´Vai um fininho ai?´´
Em 1735, o botânico Carl Lineu nomeou a Maconha como Cannabis sativa. A mesma foi chamada de Cannabis indica, pelo biólogo francês, Jean Baptiste Lamarck. Assim como outras plantas a maconha possui dois gêneros; macho e fêmea. Em um mesmo pé pode ter ambas as estruturas sexuais. É a flor do macho que produz o pólen que fecunda a fêmea, quando a flor da fêmea é fecundada ela se enche de sementes e depois morre.
Quando não ocorre fecundação da fêmea, essa excreta uma grande quantidade de resina pegajosa composta por dezenas de substâncias diferentes. Dentre as várias substâncias, existe a THC (delta-9-tetra-hidrocanabinol), que serve de filtro solar para a planta, pois essa é de clima desértico. Apesar do THC estar presente em toda a planta é na flor da fêmea que se encontra a maior concentração da substância.
A real droga da maconha é essa flor.
O THC tem uma propriedade bem curiosa, gruda em algumas moléculas das paredes dos neurônios de animais, até mesmo do homem, tais moléculas são conhecidas como receptores de canabinóides, quando ocorre a ligação o receptor opera sutis mudanças químicas dentro da célula, mas não se sabe dizer ao certo quais são elas. Em 1992, o pesquisador israelense Ralph Mechoulam descobriu o motivo pelo qual temos tal receptor. O receptor serve para ligar-se a outra molécula, a mesma fabricada pelo próprio cérebro, muito semelhante ao THC. A molécula foi batizada por Rauph de anandamida (ananda, em sânscrito, é “felicidade”). Enfim, o cérebro produz uma substância com efeitos parecidos com os do THC, em doses bem menores. Não se sabe qual a finalidade da anandamida no cérebro, mas está relacionada ao controle da dor. Pelo fato de haver receptores de canabinóides em células fora do cérebro, leva a pensar que a anandamida desempenha um papel mais abrangente do que parece.
Além das formas de uso mais conhecidas há uma especial, a do cânhamo, que é utilizado na produção de tecidos. Supostamente foi pelo fato de Cristóvão Colombo usar tecidos derivantes do cânhamo em suas velas e cordas, assim, juntamente com as embarcações as sementes da maconha também vieram. A idéia era de plantar as sementes, pois se tivesse que ser feita alguma reparação nas velas e cordas, eles teriam o material. Enquanto a maconha era utilizada por pessoas mais pobres, ela não causava tanto medo, repúdio e preconceito. Porém quando as pessoas de classe média começaram a fazer o uso da droga, surgiu um motivo de preocupação.
Há indícios de que há muitos anos a maconha se faz presente em quase todo o mundo, sua disseminação se deu através de viajantes, esses levavam sementes da maconha, desse modo essa se fazia presente em quase todos os continentes. Por muitos anos a maconha foi considerada legal, sua ilegalidade em vários países, incluindo o Brasil, se deu por volta do século XX. Mas ainda existem países onde a maconha é legal, em outros ela é comercializada unicamente como remédio (auxiliando pacientes no tratamento de doenças, controlando a dor).
No Brasil, a maconha se faz tão presente por existir muitas áreas sem qualquer tipo de vigilância. Com isso fica mais fácil o escoamento da droga.Durante um bom tempo a maconha era comercializada com um preço insignificante. Vários países tentaram mais nenhum conseguiu erradicar a maconha de seu território. A maconha é conhecida em muitos países como “marijuana”.
Há boatos de que as tropas revolucionárias de Pancho Villa que chacoalharam as estruturas do poder em 1910, eram adeptos de um baseado no intervalo das batalhas; assim surgiram os conhecidos versos: La cucaracha/ la cucaracha/ ya no puede caminar/ Porque no tiene/ Porque le falta/ marijuana que fumar, atribuídos à Villa.
O efeito causado pela maconha em pessoas que a fuma é variado. Para evitar problemas relacionados à saúde física e mental, é recomendável que a pessoa não faça o uso de drogas (no caso em questão a cannabis), pois pode agravar os problemas relacionados à saúde. Principais efeitos Os efeitos causados pelo consumo da maconha, bem como a sua intensidade, são os mais variáveis e estão intimamente ligados à dose utilizada, concentração de THC na erva consumida e reação do organismo do consumidor com a presença da droga.
Os efeitos físicos mais freqüentes são avermelhamento dos olhos, ressecamento da boca e taquicardia (elevação dos batimentos cardíacos, que sobem de 60 - 80 para 120 - 140 batidas por minuto).
Com o uso contínuo, alguns órgãos, como o pulmão, passam a ser afetados. Devido à contínua exposição com a fumaça tóxica da droga, o sistema respiratório do usuário começa a apresentar problemas como bronquite e perda da capacidade respiratória. Além disso, por absorver uma quantidade considerável de alcatrão presente na fumaça de maconha, os usuários da droga estão mais sujeitos a desenvolver o câncer de pulmão.
O consumo da maconha também diminui a produção de testosterona. A testosterona é um hormônio masculino responsável, entre outras coisas, pela produção de espermatozóides. Portanto, com a diminuição da quantidade de testosterona, o homem que consome continuamente maconha apresenta uma capacidade reprodutiva menor.
Os efeitos psíquicos são os mais variados, a sua manifestação depende do organismo e das características da erva consumida. As sensações mais comuns são bem-estar inicial, relaxamento, calma e vontade de rir. Pode-se sentir angústia, desespero, pânico e letargia. Ocorre ainda uma perda da noção do tempo e espaço além de um prejuízo na memória e latente falta de atenção.
Em longo prazo o consumo de maconha pode reduzir a capacidade de aprendizado e memorização, além de passar a apresentar uma falta de motivação para desempenhar as tarefas mais simples do cotidiano.
Fonte----Por Eliene PercíliaEquipe Brasil Escola.
Outro estudo sobre a canabis
"A presente matéria apresenta os vários aspectos envolvidos na utilização da maconha no Brasil, droga psicotrópica usada tanto como substância de uso e abuso ilícito, como pelos seus efeitos medicamentosos".
Informações Gerais e HistóricoSegundo informações do médico psiquiatra Dr. Rodrigo Marot, a maconha é proveniente da planta Cannabis sativa (originária da Índia) que contém a substância delta-9-tetrahidrocanabinol (D-9-THC), principal elemento ativo da droga. Do ponto de vista histórico, de acordo com informações do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) que funciona no Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo, "a maconha já era conhecida há pelo menos 5.000 anos. Até o início do presente século, era considerada em vários países, inclusive no Brasil, como um medicamento útil para vários males. Mas também era já utilizada para fins não médicos por pessoas desejosas de sentir ‘coisas diferentes’. Como resultado de seu abuso, e de exageros sobre os seus efeitos maléficos, a planta foi proibida em praticamente todo mundo ocidental, nos últimos 50-60 anos".
Dados EstatísticosConforme informações do Dr. Rodrigo, a maconha é a segunda droga mais consumida entre os jovens nas principais cidades do Brasil, perdendo apenas para o álcool.
Convém destacar que os dados dessa pesquisa não consideraram o tabaco e a cafeína como drogas psicoativas.
Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo, através do CEBRID, entre os estudantes do 1º e 2º graus das dez maiores cidades do país, em 1997, indicou que 7,6% declararam já haver experimentado a maconha.
A mesma fonte mostrou que 1,7% dos estudantes relataram fazer uso de maconha pelo menos seis vezes por mês. Efeitos PsíquicosDr. Rodrigo Marot afirma que o efeito da maconha é percebido em aproximadamente 20 minutos depois que se começa a fuma-la.
Os efeitos tem duração de duas a quatro horas, aproximadamente.
"Em níveis muito altos pode provocar alucinações ou delírios com reações comportamentais indevidas como agitação e agressividade.
O uso prolongado leva a um comportamento caracterizado pela não persistência numa atividade que requeira atenção constante (Síndrome Amotivacional)".
Para os pesquisadores do CEBRID, os efeitos psíquicos dependem da qualidade da maconha fumada e da sensibilidade de quem fuma. "Para uma parte das pessoas os efeitos são uma sensação de bem-estar acompanhada de calma e relaxamento, sentir-se menos fatigado, vontade de rir.
Para outras pessoas os efeitos são mais para o lado desagradável: sentem angústia, ficam aturdidas, temerosas de perder o controle da cabeça, trêmulas, suando.
É o que comumente chamam de ‘má viagem’".
Ainda em relação aos efeitos que a droga apresenta para os seus usuários habituais, segundo informou o psicanalista Fernando Tavares de Lima, Diretor Clínico do Núcleo de Estudos e Temas em Psicologia – NETPSI, de São Paulo,
"Quem fuma maconha pode apresentar sinais de perturbação na capacidade de calcular o tempo e na avaliação do espaço, além de problemas de atenção e de memória de curto prazo".
De acordo com o psicanalista, por este motivo, é extremamente perigoso dirigir automóveis sob o efeito da maconha, pois um objeto que parece estar muito longe pode, na verdade, estar a poucos metros de distância e esta falha de percepção pode ocasionar acidentes.
Outro tema muito discutido em relação aos efeitos psíquicos da substância, está relacionado aos seus efeitos para pessoas que apresentem pré-disposição para doenças mentais.
Em relação a esse aspecto, o Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo, adverte: "Há provas científicas de que se a pessoa tem uma doença psíquica qualquer, mas que ainda não está evidente, ou mesmo quando a doença já apareceu, mas está controlada com medicamentos adequados, a maconha piora o quadro.
Ou faz surgir a doença ou neutraliza o efeito do medicamento e a pessoa passa a apresentar novamente os sintomas.
Este fato tem sido descrito com freqüência na doença mental chamada esquizofrenia".
Efeitos sobre o OrganismoAinda, segundo o Dr. Marot, no sistema imunológico o D-9-THC prejudica a produção de células de defesa no baço, medula óssea e timo.
Já no sistema cardiovascular, a droga provoca aceleração do batimento cardíaco e diminuição da pressão arterial.
Além disso, a maconha também diminui a capacidade de coagulação do sangue (diminuindo a agregação plaquetária).
A psicóloga Lídia Aratangy, autora do livro Doces Venenos, Conversas e Desconversas sobre Drogas, também aponta para o fato de que os efeitos dependem da quantidade utilizada, além da forma de preparação, da via pela qual é consumida, da sensibilidade de quem a usa, das condições em que é usada, do significado que a experiência tem para a pessoa.
Lídia conclui dizendo que "os efeitos físicos imediatos da maconha não são muito extraordinários: ligeira taquicardia (os batimentos cardíacos passam a 140/160 por minuto, quando o normal é 80/100), secura na boca e vermelhidão nos olhos".
Analisando a questão do ponto de vista orgânico, o psicanalista do NETPSI, Fernando, aponta que podem haver sérias conseqüências em várias funções do corpo.
Por exemplo, a fumaça da maconha pode causar irritação nos pulmões, gerando
Em 1735, o botânico Carl Lineu nomeou a Maconha como Cannabis sativa. A mesma foi chamada de Cannabis indica, pelo biólogo francês, Jean Baptiste Lamarck. Assim como outras plantas a maconha possui dois gêneros; macho e fêmea. Em um mesmo pé pode ter ambas as estruturas sexuais. É a flor do macho que produz o pólen que fecunda a fêmea, quando a flor da fêmea é fecundada ela se enche de sementes e depois morre.
Quando não ocorre fecundação da fêmea, essa excreta uma grande quantidade de resina pegajosa composta por dezenas de substâncias diferentes. Dentre as várias substâncias, existe a THC (delta-9-tetra-hidrocanabinol), que serve de filtro solar para a planta, pois essa é de clima desértico. Apesar do THC estar presente em toda a planta é na flor da fêmea que se encontra a maior concentração da substância.
A real droga da maconha é essa flor.
O THC tem uma propriedade bem curiosa, gruda em algumas moléculas das paredes dos neurônios de animais, até mesmo do homem, tais moléculas são conhecidas como receptores de canabinóides, quando ocorre a ligação o receptor opera sutis mudanças químicas dentro da célula, mas não se sabe dizer ao certo quais são elas. Em 1992, o pesquisador israelense Ralph Mechoulam descobriu o motivo pelo qual temos tal receptor. O receptor serve para ligar-se a outra molécula, a mesma fabricada pelo próprio cérebro, muito semelhante ao THC. A molécula foi batizada por Rauph de anandamida (ananda, em sânscrito, é “felicidade”). Enfim, o cérebro produz uma substância com efeitos parecidos com os do THC, em doses bem menores. Não se sabe qual a finalidade da anandamida no cérebro, mas está relacionada ao controle da dor. Pelo fato de haver receptores de canabinóides em células fora do cérebro, leva a pensar que a anandamida desempenha um papel mais abrangente do que parece.
Além das formas de uso mais conhecidas há uma especial, a do cânhamo, que é utilizado na produção de tecidos. Supostamente foi pelo fato de Cristóvão Colombo usar tecidos derivantes do cânhamo em suas velas e cordas, assim, juntamente com as embarcações as sementes da maconha também vieram. A idéia era de plantar as sementes, pois se tivesse que ser feita alguma reparação nas velas e cordas, eles teriam o material. Enquanto a maconha era utilizada por pessoas mais pobres, ela não causava tanto medo, repúdio e preconceito. Porém quando as pessoas de classe média começaram a fazer o uso da droga, surgiu um motivo de preocupação.
Há indícios de que há muitos anos a maconha se faz presente em quase todo o mundo, sua disseminação se deu através de viajantes, esses levavam sementes da maconha, desse modo essa se fazia presente em quase todos os continentes. Por muitos anos a maconha foi considerada legal, sua ilegalidade em vários países, incluindo o Brasil, se deu por volta do século XX. Mas ainda existem países onde a maconha é legal, em outros ela é comercializada unicamente como remédio (auxiliando pacientes no tratamento de doenças, controlando a dor).
No Brasil, a maconha se faz tão presente por existir muitas áreas sem qualquer tipo de vigilância. Com isso fica mais fácil o escoamento da droga.Durante um bom tempo a maconha era comercializada com um preço insignificante. Vários países tentaram mais nenhum conseguiu erradicar a maconha de seu território. A maconha é conhecida em muitos países como “marijuana”.
Há boatos de que as tropas revolucionárias de Pancho Villa que chacoalharam as estruturas do poder em 1910, eram adeptos de um baseado no intervalo das batalhas; assim surgiram os conhecidos versos: La cucaracha/ la cucaracha/ ya no puede caminar/ Porque no tiene/ Porque le falta/ marijuana que fumar, atribuídos à Villa.
O efeito causado pela maconha em pessoas que a fuma é variado. Para evitar problemas relacionados à saúde física e mental, é recomendável que a pessoa não faça o uso de drogas (no caso em questão a cannabis), pois pode agravar os problemas relacionados à saúde. Principais efeitos Os efeitos causados pelo consumo da maconha, bem como a sua intensidade, são os mais variáveis e estão intimamente ligados à dose utilizada, concentração de THC na erva consumida e reação do organismo do consumidor com a presença da droga.
Os efeitos físicos mais freqüentes são avermelhamento dos olhos, ressecamento da boca e taquicardia (elevação dos batimentos cardíacos, que sobem de 60 - 80 para 120 - 140 batidas por minuto).
Com o uso contínuo, alguns órgãos, como o pulmão, passam a ser afetados. Devido à contínua exposição com a fumaça tóxica da droga, o sistema respiratório do usuário começa a apresentar problemas como bronquite e perda da capacidade respiratória. Além disso, por absorver uma quantidade considerável de alcatrão presente na fumaça de maconha, os usuários da droga estão mais sujeitos a desenvolver o câncer de pulmão.
O consumo da maconha também diminui a produção de testosterona. A testosterona é um hormônio masculino responsável, entre outras coisas, pela produção de espermatozóides. Portanto, com a diminuição da quantidade de testosterona, o homem que consome continuamente maconha apresenta uma capacidade reprodutiva menor.
Os efeitos psíquicos são os mais variados, a sua manifestação depende do organismo e das características da erva consumida. As sensações mais comuns são bem-estar inicial, relaxamento, calma e vontade de rir. Pode-se sentir angústia, desespero, pânico e letargia. Ocorre ainda uma perda da noção do tempo e espaço além de um prejuízo na memória e latente falta de atenção.
Em longo prazo o consumo de maconha pode reduzir a capacidade de aprendizado e memorização, além de passar a apresentar uma falta de motivação para desempenhar as tarefas mais simples do cotidiano.
Fonte----Por Eliene PercíliaEquipe Brasil Escola.
Outro estudo sobre a canabis
"A presente matéria apresenta os vários aspectos envolvidos na utilização da maconha no Brasil, droga psicotrópica usada tanto como substância de uso e abuso ilícito, como pelos seus efeitos medicamentosos".
Informações Gerais e HistóricoSegundo informações do médico psiquiatra Dr. Rodrigo Marot, a maconha é proveniente da planta Cannabis sativa (originária da Índia) que contém a substância delta-9-tetrahidrocanabinol (D-9-THC), principal elemento ativo da droga. Do ponto de vista histórico, de acordo com informações do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) que funciona no Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo, "a maconha já era conhecida há pelo menos 5.000 anos. Até o início do presente século, era considerada em vários países, inclusive no Brasil, como um medicamento útil para vários males. Mas também era já utilizada para fins não médicos por pessoas desejosas de sentir ‘coisas diferentes’. Como resultado de seu abuso, e de exageros sobre os seus efeitos maléficos, a planta foi proibida em praticamente todo mundo ocidental, nos últimos 50-60 anos".
Dados EstatísticosConforme informações do Dr. Rodrigo, a maconha é a segunda droga mais consumida entre os jovens nas principais cidades do Brasil, perdendo apenas para o álcool.
Convém destacar que os dados dessa pesquisa não consideraram o tabaco e a cafeína como drogas psicoativas.
Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo, através do CEBRID, entre os estudantes do 1º e 2º graus das dez maiores cidades do país, em 1997, indicou que 7,6% declararam já haver experimentado a maconha.
A mesma fonte mostrou que 1,7% dos estudantes relataram fazer uso de maconha pelo menos seis vezes por mês. Efeitos PsíquicosDr. Rodrigo Marot afirma que o efeito da maconha é percebido em aproximadamente 20 minutos depois que se começa a fuma-la.
Os efeitos tem duração de duas a quatro horas, aproximadamente.
"Em níveis muito altos pode provocar alucinações ou delírios com reações comportamentais indevidas como agitação e agressividade.
O uso prolongado leva a um comportamento caracterizado pela não persistência numa atividade que requeira atenção constante (Síndrome Amotivacional)".
Para os pesquisadores do CEBRID, os efeitos psíquicos dependem da qualidade da maconha fumada e da sensibilidade de quem fuma. "Para uma parte das pessoas os efeitos são uma sensação de bem-estar acompanhada de calma e relaxamento, sentir-se menos fatigado, vontade de rir.
Para outras pessoas os efeitos são mais para o lado desagradável: sentem angústia, ficam aturdidas, temerosas de perder o controle da cabeça, trêmulas, suando.
É o que comumente chamam de ‘má viagem’".
Ainda em relação aos efeitos que a droga apresenta para os seus usuários habituais, segundo informou o psicanalista Fernando Tavares de Lima, Diretor Clínico do Núcleo de Estudos e Temas em Psicologia – NETPSI, de São Paulo,
"Quem fuma maconha pode apresentar sinais de perturbação na capacidade de calcular o tempo e na avaliação do espaço, além de problemas de atenção e de memória de curto prazo".
De acordo com o psicanalista, por este motivo, é extremamente perigoso dirigir automóveis sob o efeito da maconha, pois um objeto que parece estar muito longe pode, na verdade, estar a poucos metros de distância e esta falha de percepção pode ocasionar acidentes.
Outro tema muito discutido em relação aos efeitos psíquicos da substância, está relacionado aos seus efeitos para pessoas que apresentem pré-disposição para doenças mentais.
Em relação a esse aspecto, o Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo, adverte: "Há provas científicas de que se a pessoa tem uma doença psíquica qualquer, mas que ainda não está evidente, ou mesmo quando a doença já apareceu, mas está controlada com medicamentos adequados, a maconha piora o quadro.
Ou faz surgir a doença ou neutraliza o efeito do medicamento e a pessoa passa a apresentar novamente os sintomas.
Este fato tem sido descrito com freqüência na doença mental chamada esquizofrenia".
Efeitos sobre o OrganismoAinda, segundo o Dr. Marot, no sistema imunológico o D-9-THC prejudica a produção de células de defesa no baço, medula óssea e timo.
Já no sistema cardiovascular, a droga provoca aceleração do batimento cardíaco e diminuição da pressão arterial.
Além disso, a maconha também diminui a capacidade de coagulação do sangue (diminuindo a agregação plaquetária).
A psicóloga Lídia Aratangy, autora do livro Doces Venenos, Conversas e Desconversas sobre Drogas, também aponta para o fato de que os efeitos dependem da quantidade utilizada, além da forma de preparação, da via pela qual é consumida, da sensibilidade de quem a usa, das condições em que é usada, do significado que a experiência tem para a pessoa.
Lídia conclui dizendo que "os efeitos físicos imediatos da maconha não são muito extraordinários: ligeira taquicardia (os batimentos cardíacos passam a 140/160 por minuto, quando o normal é 80/100), secura na boca e vermelhidão nos olhos".
Analisando a questão do ponto de vista orgânico, o psicanalista do NETPSI, Fernando, aponta que podem haver sérias conseqüências em várias funções do corpo.
Por exemplo, a fumaça da maconha pode causar irritação nos pulmões, gerando
problemas que vão desde bronquites até canceres e enfisemas pulmonares
Novamente, segundo os membros do CEBRID, outro efeito físico adverso do uso crônico da droga refere-se aos níveis orgânicos da testosterona, o hormônio masculino. "Já existem muitas provas que a maconha diminui em até 50-60% a quantidade de testosterona.
Conseqüentemente, o homem apresenta um número bem reduzido de espermatozóides no líquido espermático (oligospermia), o que leva à infertilidade".
Convém destacar que este é um efeito que desaparece quando a pessoa deixa de fumar a substância.
É também importante dizer que o homem não fica impotente ou perde o desejo sexual, as alterações são, apenas, na produção dos espermatozóides.
Usos Medicinais da MaconhaAtualmente, muito se tem discutido a respeito do uso médico de substâncias químicas encontradas na maconha.
Segundo o CEBRID, "graças à pesquisas recentes, a maconha (ou substâncias dela extraídas) é reconhecida como medicamento em pelo menos duas condições clínicas: reduz ou abole as náuseas e vômitos produzidos por medicamentos anti-câncer e tem efeito benéfico em alguns casos de epilepsia (doença que se caracteriza por convulsões)".
Entretanto, o mesmo grupo de pesquisadores alerta: "É bom lembrar que a maconha (ou as substâncias extraídas da planta) têm também efeitos indesejáveis que podem prejudicar uma pessoa".
O psicólogo Fernando Tavares de Lima disse ter informações a respeito de médicos que, há muito tempo, dizem para pacientes que já fazem o uso da droga, que a fume em determinados horários, especificamente antes das refeições, para aproveitar o seu efeito de sensação de fome e possuírem apetite.
Esses casos, evidentemente, não são divulgados, pois a utilização da maconha no Brasil é ilegal.
Contudo, são bastante freqüentes em doentes de AIDS e de câncer, que enfrentam dificuldades na alimentação.
Contudo, um dos problemas são os efeitos "tóxicos" da droga e o seu grau de pureza variável.
Como nunca se sabe qual é a quantidade que deveria ser utilizada para esse fim, esse é um dos argumentos para os que defendem que os medicamentos à base de maconha sejam produzidos por laboratórios.
Nos Estados Unidos, há uma série de pesquisas sendo realizadas sobre os efeitos terapêuticos da maconha. Importantes médicos e biólogos, membros do National Institutes of Mental Health e do National Institute of Neurological Disorders and Stroke, pesquisam sobre os efeitos do THC como "neuroprotetores" contra efeitos tóxicos e como "anti-oxidantes". Dados desse estudo sugerem que a maconha pode ser útil como agente terapêutico para o tratamento de desordens neurológicas, como por exemplo, nos acidentes vasculares cerebrais do tipo isquêmico.Copyright
© 2000 eHealth Latin America 11 de Setembro de 2000
Pulmão é para respirar e não para encher de porcaria
DROGAS Fumaça em discussão Estudo constata que, ao contrário do que se costuma pregar, a maconha causa dependência IVAN PADILLA A maconha é considerada pela literatura médica uma droga leve – por definição, aquela que não causa danos significativos ao organismo e dificilmente vicia.
Mas essa classificação pode estar com os dias contados.
Um estudo da Universidade Columbia, de Nova York, mostra que a substância provoca dependência e, conseqüentemente, síndrome de abstinência.
Ao interromper o consumo da droga, usuários de longa data passam a exibir sintomas como irritabilidade, ansiedade, dificuldade para dormir, falta de apetite, dor de estômago e depressão.
“A maconha é tolerada pela sociedade e apresenta um certo charme em determinadas camadas sociais, mas é mais perigosa do que parece”, afirma o psiquiatra brasileiro Carlos Zubaran, um dos coordenadores do estudo.
E faz o alerta: “Ela não pode mais ser considerada uma droga leve”.
A pesquisa está em andamento, e os primeiros resultados, apesar de polêmicos, são ignificativos.
Os bastidores são dignos de figurar em um reality show.
Os usuários são escolhidos a partir de anúncios no Village Voice, jornal de alta circulação no Village, bairro de Nova York freqüentado por boêmios e conhecido pelos costumes liberais.
Uma vez selecionados, eles recebem US$ 2 mil para permanecer 21 dias em quatro apartamentos.
Nesses aposentos, individuais e ligados a uma sala comum, são vigiados em tempo integral por câmeras de vídeo.
Por dia, em horários estabelecidos, fumam quatro baseados.
Os voluntários recebem os cigarros já enrolados. As instruções são transmitidas por alto-falantes. “Inspirem”, é a primeira ordem.
“Exalem”, é o comando final. A operação se repete várias vezes e dura três minutos. Nos quatro primeiros dias do estudo, os pacientes fumam cigarros com uma concentração de 3% de THC, o princípio ativo da Cannabis sativa.
Nos quatro dias seguintes, consomem placebos – ou seja, o cigarro tem a aparência e o aroma do original, mas sem o princípio ativo.
E assim alternadamente. Os voluntários não sabem quando estão inalando uma coisa ou outra. Em intervalos regulares, respondem a extensos questionários sobre a capacidade de concentração e o estado de ânimo em que se encontram naquele momento.
No tempo livre, podem ler ou jogar videogame.
Sem contato com o mundo exterior, como telefone ou internet, um em cada quatro voluntários costuma desistir.
Casos extremos de descontrole já foram registrados.
. “Quando estão em abstinência, alguns ficam bastante agitados e chegam a destruir móveis”, conta Zubaran.
A pesquisa começou há três anos, sob a coordenação da psiquiatra americana Marian Fischman, autorizada a ministrar drogas a seres humanos de maneira controlada e para fins científicos.
Com a morte da psiquiatra, no ano passado, continuou a ser tocada por um grupo de sete estudiosos.
Eles já cravaram: maconha vicia mesmo.
Mais de 40 casos de dependência foram registrados.
E prosseguem as experiências, agora com o propósito de descobrir um processo capaz de interromper o ciclo de dependência.
Os relatos vêm sendo publicados em revistas científicas como Nature e Psichopharmacology. SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA Na falta da droga, os dependentes podem apresentar uma série de sintomas. Os principais são: • irritabilidade • ansiedade • dificuldade para dormir • falta de apetite • dor de estômago • depressão
Fonte: Universidade Columbia
O estudo deve gerar ainda discussões intermináveis no meio científico e na sociedade.
Os pesquisadores da Columbia acreditam que os relatos serão avaliados pela Associação Americana de Psiquiatria na próxima revisão de critérios de diagnóstico de drogas.
Atualmente, a entidade classifica a maconha como droga leve – ou seja, não causa dependência química nem síndrome de abstinência.
A rigor, uma mudança de categoria equivaleria a dizer que, em termos médicos, a maconha estaria no mesmo patamar da cocaína e da heroína – estas sim drogas ilícitas, de efeitos devastadores – e seria também uma substância mais nociva que o álcool e o tabaco, produtos legalizados e vendidos com autorização governamental no mundo inteiro.
Essa possível identificação da maconha como droga pesada já encontra resistência no próprio meio médico.
Os efeitos neurológicos do uso contínuo da Cannabis sativa são conhecidos – dificuldade de aprendizado, retardamento de raciocínio, lapsos de memória.
Mas, até agora, a acusação mais grave contra o consumo da erva – e bastante contestada – era a de ser um primeiro passo para o consumo de outras drogas.
“Não se pode afirmar que a dependência causada pela maconha seja química, e não psicológica”, diz o psiquiatra Arnaldo Madruga, especialista no assunto e um dos fundadores da Abraço – Associação Brasileira Comunitária para a Prevenção do Abuso de Drogas.
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